Este post vem com um mês de atraso, mas talvez eu coloque o post seguinte com um mês de antecedência, e aí zera...
Talvez dê para usar o título deste post, e sua menção ao teatro, para retomar o tema do Kiss e de sua pretensa "cópia" do visual dos Secos & Molhados. Pode aumentar a auto-estima brasileira (em tempos Olímpicos isso é muito conveniente), e então eu, como curioso e até estudioso, fui atrás, mas não consegui mesmo é nada. Fica aqui, por bem, estabelecido que isso deve ser mesmo exagero. E uma possível prova do exagero aparece quando tentamos enquadrar os Secos & Molhados em alguma corrente musical. A mais provável corrente para abrigá-los, em minha opinião, seria o Glam Rock, simplesmente porque o Glam Rock é o movimento do glamour no rock, incluindo aí a performance, a teatralidade (com roupas e pinturas extravagantes) e a ambiguidade sexual. Não está tudo meio com cara de Secos & Molhados?
Muito bem, então. Sigamos daqui: os expoentes do Glam Rock são Roxy Music (primeiro disco em 1972), David Bowie (início da fase glam em 1971), T-Rex (início da fase glam em 1971) e Gary Glitter (esse eu nem sei quando começou a ser glam, acho que já nasceu assim...), tudo antes do disco de estréia dos Secos & Molhados, em 1973. Então a tese da cópia do Kiss fica meio comprometida. Fico muito mais com a tese de que eles, sim, seguiam uma corrente, mais especificamente a do Glam Rock, fonte da qual o Kiss também bebeu, não sem antes misturar algum sangue...
Houve um segundo disco dos Secos & Molhados, que até vendeu, com uma música (Flores Astrais) que até tocou, e algumas performances que até lotaram, mas talvez o mundo tenha mudado. Ney Matogrosso partiu, e o resto é outra história.
O que interessa aqui é que o primeiro disco, em formato vinil, caiu em minha mão uns 10 anos depois, e aí sim eu descobri a verdade: "O Vira" e "Sangue Latino" eram, literalmente, a ponta do iceberg. "Assim Assado", "Rosa de Hiroshima" e sobretudo "Prece Cósmica", a obscura das obscuras (e inspiradora do título deste post), formam um conjunto espetacular. Mais de 10 músicas, todas boas. Se você prestar atenção apenas no baixo de Willy Verdaguer já vai cair de costas. Para alguém como eu, nem tão fã assim da tal MPB, dá tranquilamente para classificar como um dos dez melhores discos brasileiros de todos os tempos.
Já o segundo disco, esse sumiu, e ficou, no máximo, habitando sebos até o início deste milênio (!) quando Charles Gavin, baterista dos Titãs, resolveu cavar as masters e reeditou os dois álbuns juntos. Essa edição está disponível por aí. É só comprar e curtir um dos melhores (e, em grande medida, desconhecidos) momentos da música brasileira.
Talvez dê para usar o título deste post, e sua menção ao teatro, para retomar o tema do Kiss e de sua pretensa "cópia" do visual dos Secos & Molhados. Pode aumentar a auto-estima brasileira (em tempos Olímpicos isso é muito conveniente), e então eu, como curioso e até estudioso, fui atrás, mas não consegui mesmo é nada. Fica aqui, por bem, estabelecido que isso deve ser mesmo exagero. E uma possível prova do exagero aparece quando tentamos enquadrar os Secos & Molhados em alguma corrente musical. A mais provável corrente para abrigá-los, em minha opinião, seria o Glam Rock, simplesmente porque o Glam Rock é o movimento do glamour no rock, incluindo aí a performance, a teatralidade (com roupas e pinturas extravagantes) e a ambiguidade sexual. Não está tudo meio com cara de Secos & Molhados?
Muito bem, então. Sigamos daqui: os expoentes do Glam Rock são Roxy Music (primeiro disco em 1972), David Bowie (início da fase glam em 1971), T-Rex (início da fase glam em 1971) e Gary Glitter (esse eu nem sei quando começou a ser glam, acho que já nasceu assim...), tudo antes do disco de estréia dos Secos & Molhados, em 1973. Então a tese da cópia do Kiss fica meio comprometida. Fico muito mais com a tese de que eles, sim, seguiam uma corrente, mais especificamente a do Glam Rock, fonte da qual o Kiss também bebeu, não sem antes misturar algum sangue...
Houve um segundo disco dos Secos & Molhados, que até vendeu, com uma música (Flores Astrais) que até tocou, e algumas performances que até lotaram, mas talvez o mundo tenha mudado. Ney Matogrosso partiu, e o resto é outra história.
O que interessa aqui é que o primeiro disco, em formato vinil, caiu em minha mão uns 10 anos depois, e aí sim eu descobri a verdade: "O Vira" e "Sangue Latino" eram, literalmente, a ponta do iceberg. "Assim Assado", "Rosa de Hiroshima" e sobretudo "Prece Cósmica", a obscura das obscuras (e inspiradora do título deste post), formam um conjunto espetacular. Mais de 10 músicas, todas boas. Se você prestar atenção apenas no baixo de Willy Verdaguer já vai cair de costas. Para alguém como eu, nem tão fã assim da tal MPB, dá tranquilamente para classificar como um dos dez melhores discos brasileiros de todos os tempos.
Já o segundo disco, esse sumiu, e ficou, no máximo, habitando sebos até o início deste milênio (!) quando Charles Gavin, baterista dos Titãs, resolveu cavar as masters e reeditou os dois álbuns juntos. Essa edição está disponível por aí. É só comprar e curtir um dos melhores (e, em grande medida, desconhecidos) momentos da música brasileira.
Para incitar a vontade de comprar os discos eu selecionei alguns trechos bem desconhecidos (e outro nem tanto) dos dois álbuns, em um "clip" de 3 minutos. É só clicar aqui e baixar. E, com isso, cumpre-se o desafio de falar de uma banda brasileira. E tinha que ser essa. E agora? Será que vou falar daquela banda?
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