quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Banda e Religião? Tem chance, lá por 1967?

Antigamente, quando um sujeito chegava na hora em um compromisso, diríamos que ele chegou "religiosamente no horário". Deve ter a ver com a missa, religiosamente no horário, e com o sino, religiosamente pontual, anunciando e chamando os fiéis.

Dito isto, religiosamente um mês depois do primeiro, aqui vai o segundo post.
A palavra "religiosamente" encaixa bem no tema da banda sobre a qual resolvi falar, uma tal Van Der Graaf Generator. Talvez alguns leitores gostem, como eu, de tecnologia, então acho que meu primeiro dever é dizer que esse nome deriva de um outro, Van De Graaff Generator, um gerador de altas voltagens a partir de eletricidade estática. Esse gerador, por sua vez, deve o nome a seu inventor, Robert Jemison Van De Graaff. Coloquei os dois links da Wikipedia justamente para que os curiosos possam entrar e se divertir (mas se entrares, não esqueças do "Back").

Mas aí tem a banda. O ano de 1967 é crucial. Tem Sgt. Peppers (mas isso é outra história). Tem Their Satanic Majesties Request (mas isso é outra história também) e tem muito mais. Tratava-se de um tempo onde era possível criar e cantar sobre qualquer tema. Mas faltava um tema: a metafísica, numa abordagem mais profunda, quase religiosa. OK, não se trata de gospel rock, não (isso foi inventado bem depois, para desespero dos insones que só têm TV aberta...).

O Van Der Graaf era formado por rapazes altamente intelectualizados, angustiados por questões como o destino da humanidade, a finitude da existência e a incoerência dos sentimentos humanos (ô, loco...).
A banda tem uma trajetória engraçada. Preste atenção para não se perder: Quatro discos até o início da década de 70, uma ruptura meio chinfrim e sem explicação, seguida por discos solo do líder Peter Hammill nos quais a maioria dos integrantes da ex-banda também toca, depois uma reintegração em 1975 para mais 4 ou cinco discos (dos quais dois representam, prá mim,o auge da banda), mais uma ruptura, agora de uns 25 anos, novamente com Peter Hammill gravando discos-solo, alguns deles com membros da ex-banda, outros sozinho tocando todos os instrumentos, e finalmente, na segunda metade dos "00's", ou seja, agora, um revival, com um ábum de inéditas e alguns shows, onde eles aparecem velhinhos mas em forma.

É uma história fantástica, sem paralelo na história do rock. E vale um post adicional, para aprofundar um pouquinho mais, e para contar de onde, afinal, desencavei essa banda obscura. Ou seja, o próximo post está prometido, e será religiosamente postado, como deve ser. Mas enquanto espera, vale a pena ouvir
aqui um clip que eu preparei, com três trechos de três músicas diferentes. Que músicas são essas, de qual fase, e qual a importância, isso tudo fica para a próxima.

Nenhum comentário: