segunda-feira, 24 de março de 2008

Banda e Religião 2: Furar o disco de tanto ouvir é devoção?

Quem baixou o clip musical do post anterior e ouviu, certamente notou que se trata de um "enxerto" de três músicas. Três músicas do Van Der Graaf Generator, objeto daquele post.

O primeiro trecho vem da primeira fase da banda, especificamente do álbum Pawn Hearts, de 1971. Chama-se Man-Erg, uma parábola sobre os conflitos entre ser bom e ser mau. Uma faixa ao mesmo tempo estranha e espetacular. Os outros dois trechos são da segunda fase (se você já esqueceu essa história de fases, volte para o post anterior que você precisa de um refresh...), e estão no álbum Still Life, de 1975. Esse é o disco que é prá comprar se você só for comprar um, o disco que vai te capturar se algo em Van Der Graaf um dia for te capturar.

Eu tive sorte. Das raridades e maluquices que apareciam pelas mãos de meu irmão do meio, esse foi exatamente o álbum que surgiu em minha casa, lá por 1980, todo estropiado (se ele entrar neste post um dia, pode esclarecer de onde desencavou esse negócio). Foi o álbum pelo qual conheci Van Der Graaf. Rejeitei o álbum por alguns meses, pois parecia meio esquisito gostar de rock e gostar daquela "prece" ao mesmo tempo. Mas depois que ouvi algumas vezes, eu não parei mais. E naqueles tempos do vinil, vale a metáfora "furei o disco de tanto ouvir". Meu comportamento quase devoto bateu completamente com o tipo de música que eu estava ouvindo. Uma comunhão perfeita. Ich...

Como eu dizia, são desse ábum as músicas Pilgrims e Childlike Faith in Childhood's End, que geraram o segundo e o terceiro trecho do clip do post anterior.

E já que esse foi o primeiro clip musical, deixa eu clarear as idéias: eu sou contra a pirataria, odeio quem compra em camelô, quem pirateia música pela internet, e essa é a razão de sempre falar "disco" prá lá e "álbum" prá cá. Gostou da música? Vai lá e compra o disco. Se eu fosse você, comprava já o Still Life e deixava tocando umas cinco ou seis vezes seguidas. Pode virar devoção.

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