quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Quem viver até 2112 verá!

Quem leu o post anterior deve ter ficado com pena do garoto que queria ter cultura musical mas não tinha um tostão.

Mas quem não tem grana tem que ter amigos. Fiz muitos amigos através do Rock, e em muitos casos a minha insignificante discoteca era complementada com a discoteca desses amigos. Esse era o "modelo de negócios prá ouvir mais Rock" de meu irmão, e passou a ser o meu também.

Meu irmão trouxe muitos discos do Rush, mas o que quero contar aqui é outra coisa. É sobre o Higa, que conheci no glorioso Instituto Estadual de Educação Professor Alberto Levy, na sétima série, e portanto em 1976. Eu vivia enfiado na casa dele, e ele na minha, quase sempre ouvindo discos e batendo papo. Em uma dessas jornadas, já lá por 1978, eu ouvi um pedacinho do álbum "2112", do Rush. Eu começava a realmente gostar daquele baterista, e ouviria o disco todo se pudesse, mas era muito disco e muito pouco tempo para ouvir, nas raras escapadas que conseguíamos (pois, veja só, o colégio era no Planalto Paulista, a casa dele no Jabaquara, e a minha na Bela Vista... e quem conhece um pouquinho de geografia paulistana já entendeu que o desafio era grande). O Higa gostava de muita coisa, incluindo muita coisa fora do Rock clássico, e sempre ouvíamos pedaços, para tentar cobrir o máximo possível de discos.

Nessas tardes de "ócio criativo" ouvimos muitas coisas, e hoje, pensando em flashback, eu percebo que a tecnologia nos deu muitas coisas boas, mas pelo menos três se perderam: as duas primeiras, buscar a música com a agulha e virar o disco, forçavam-nos a sempre voltar o foco à música, não importava o quão dispersiva pudesse ser a conversa, e a terceira, o prazer de acompanhar um disco com a imensa capa de 30cm nas mãos, dava a inigualável sensação de "apalpar" a música. Quem por aí reúne amigos para ouvir musica?

Bom, eu disse que Rush e todas as coisas em volta de minha "convivência" adolescente com essa banda não caberiam em dois posts. E não coube mesmo. Até.

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