segunda-feira, 28 de abril de 2008

Um Bando de Desajustados - Mas qual é a novidade?

Kinks? O que é Kinks? Ou, pelo menos: existe o termo "kink" em inglês?

Existe. E remete a um comportamento não ortodoxo, ou até pervertido, sobretudo do ponto de vista sexual. Só por aí já dá para imaginar o significado cultural de uma banda chamada The Kinks, em Londres, em 1963. Do mesmo jeito que Beatles eram o novo pelo lado do "quero segurar sua mão", ou seja, o arrebatadoramente certinho, e Rolling Stones eram o novo pelo lado do antagonismo com os Beatles (o que na verdade não era mais do que fachada), os Kinks eram o novo, mas pelo pior lado, o lado do desajuste, da rebeldia mais crua, e, algumas vezes, da violência.

Eu conheci The Kinks, ou o que eu pensava ser The Kinks, através de um álbum lançado muuuuuito depois de 1963. Ele chegou a mim como muitas informações musicais de minha infância e adolescência, ou seja, através de meu irmão dois anos mais velho que eu, o que representava para mim, nos idos de 1979, um adulto extremamente experiente e musicalmente sofisticado, em oposição a mim, um praticamente bebê desinformado musicalmente. O álbum, de 1977, era o Sleepwalker. Foi uma sensação estranha. O som era meio pop (palavra que naqueles dias reverberava em meu crânio como algo inferior) mas era forte, competente, e tinha um sujeito cantando que parecia um Rod Stewart com uma corda no pescoço.

O que dizer de alguém que canta uma letra como "Às vezes eu odeio a estrada, mas essa é a vida que eu escolhi, e é a única coisa que eu sei fazer, então vivo minha vida na estrada"? Uma letra dessas carrega ressentimento, talvez até arrependimento. Mas o que teria acontecido nessa tal vida na estrada? Gradativamente fui fazendo o "Rewind" da história, buscando informação (atenção, não tinha internet nos anos 80), e descobri que tudo começava muito antes.

Começava onde parei no primeiro parágrafo, no desajuste. Os londrinos do The Kinks, em oposição tanto aos Beatles de Liverpool quanto aos Rolling Stones de Manchester, não tinham um sujeito bonito e sexy cantando ou tocando, não tinham uma produção refinada, não tinham uma boa estrutura de marketing, mas tinham música muito boa no repertório. Mas música é tudo?

Se você conheceu The Kinks através do clip IBM (que está aqui , a propósito) recomendo voltar aqui para o próximo post, pois vai ter mais coisa, incluindo um clip que pode fazer você admirar mais essa banda e se interessar mais em saber outras coisas a respeito dela.

E vai aqui um aviso. No clip da IBM aparece uma regravação, com letra editada. Não sei se é regravada pelos Kinks. Acho que não, mas está bacaninha mesmo assim. A música original você acha em um álbum do The Kinks de 1965 (The Kinks Kinkdom) e em muitas coletâneas posteriores. Mas antes de comprar uma coletânea, leia o próximo post.

2 comentários:

esthon disse...

Pois é, gostaria de dar uma sugestão... poderia ter aqui do lado um ranking de bandas ou cantores de rock que vc gosta, da mesma forma poderia ter uma outra lista com o que vc não gosta. Afinal qual o tipo de rock que vc mais gosta? Classico, grunge, metal? Tai mais uma sugestão, quais os tipos de rock que existem ou que vc conhece e poderia falar um pouco...

Wilson Eduardo Cruz disse...

OK, sugestão aceita. Vou botar na minha ficha, que fica do lado direito do blog.
Quanto a falar um pouco sobre alguma coisa específica, eu prefiro inverter o jogo. Tem alguma banda ou cara sobre o qual você gostaria de ouvir e até mesmo falar? Você vai ver nos próximos posts que alguns surgiram de idéias e pedidos de amigos. Joga aí. Se for possível, eu cato!